No Brasil a utilização de anticoncepcionais orais é uma prática muito comum entre as mulheres, e isso está muito atrelado com a facilidade de aquisição e o baixo preço desses medicamentos. No entanto, essa automedicação sem a necessidade de uma prescrição médica acaba resultando em inúmeros efeitos negativos e colaterais no organismo das mulheres.
Os contraceptivos orais são compostos geralmente por uma associação entre dois hormônios que estão presentes de forma endógena no organismo feminino, sendo eles a progesterona e o estrogênio. Em decorrência dessa ingestão hormonal, o processo de ovulação não acontece da forma que deveria fisiologicamente, impedindo que ocorra a fecundação do óvulo e uma possível gestação.
Existem diversas alterações metabólicas provocadas no organismo devido ao uso de contraceptivos, das quais é possível citar a redução da libido, doenças cardiovasculares, acne, alterações psicológicas, tromboembolismo venoso, dor de cabeça, náuseas, vômitos e aumento de peso.
O peso corporal das mulheres que utilizam esses medicamentos pode ser alterado por conta das modificações que acontecem no metabolismo das vias de proteínas e lipídios, resultando em redução de massa muscular e aumento de gordura corporal e colesterol. Nesse contexto, as vias de proteína se encontram em menor atividade por conta da baixa atuação dos hormônios androgênicos, enquanto nas vias de lipídios ocorre maior produção da molécula de colesterol LDL, podendo acarretar maior chance para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
A proteína PCR-us (proteína C reativa) é encontrada elevada em mulheres que fazem uso de contraceptivos orais em comparação com as que não utilizam. Isso porque essa proteína fica elevada quando o organismo está em estado de inflamação, demonstrando assim, mais um prejuízo provocado pelo uso desses medicamentos. Ainda, modificações sobre a sensibilidade à insulina, aumento de pressão arterial e prejuízos na fluidez do sangue podem acontecer nessas mulheres.
A utilização de contraceptivos orais por longo período pode desencadear o surgimento de doenças inflamatórias intestinais. Devido a alteração que esses medicamentos provocam sobre as bactérias presentes na microbiota. O estrogênio presente na pílula anticoncepcional é metabolizado pelas bactérias intestinais para depois ser absorvido e desempenhar sua função. No entanto, o metabolismo desses hormônios promove a longo prazo redução das bactérias “boas” e aumento das bactérias “ruins” da microbiota, resultando em um desequilíbrio.
Esse ponto se torna algo muito deletério para a saúde das mulheres pois a microbiota intestinal é responsável pelos processos de digestão e absorção de nutrientes, além de desempenhar diversas funções imunológicas e outras que estão ligadas aos vários sistemas corporais, como o eixo intestino-cérebro por exemplo. Dentre os efeitos provocados pela alteração na microbiota estão: dor abdominal, constipação, diarreia, inchaço, dores de cabeça e má digestão.
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