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Foto do escritorKarina Al Assal

Veja quais fitoterápicos podem ser usados na síndrome pós-covid!


A fitoterapia é uma prática integrativa e complementar, que vem ganhando reconhecimento em um período muito recente se considerarmos todo o tempo de história do uso das plantas e ervas para o manejo terapêutico de diferentes condições e sintomas. Ao longo do seu curso de existência, a fitoterapia foi exercida a partir da inclusão das plantas, ervas e raízes na alimentação, na sua forma bruta ou de chás. Hoje, além dessas possibilidades, também podemos trabalhar com formulações magistrais e suplementos que, na padronização e doses adequadas, ofertam mais facilmente a quantidade necessária dos compostos bioativos responsáveis pelos efeitos atribuídos a um determinado fitoterápico.


Ao olharmos com essa visão integrativa para as manifestações mais comuns da Síndrome Pós Covid (SPC), não será difícil perceber que a fitoterapia, exercida de forma segura (ou seja, com acompanhamento profissional), é uma opção carregada de benefícios a ser utilizada. Isso porque, além de atuar sobre as manifestações e sintomas, estamos falando de uma medida natural, com reduzido risco de efeitos colaterais. E é claro, sempre lembrando que estamos falando de uma prática COMPLEMENTAR, que não substitui tratamentos convencionais e o ajuste nutricional necessário na Síndrome Pós Covid.


Para quem ainda não é familiarizado com o termo, a Síndrome Pós Covid é uma condição que foi identificada após passar a ser observada a persistência de alguns sintomas, e o surgimento de outros, em sobreviventes da Covid-19, mesmo após a resolução da infecção aguda. Também chamada de “Covid de longo prazo” , o critério mais utilizado para diagnosticá-la é a presença de sintomas que duram mais de 3 meses, contando a partir do início da sintomatologia que levou ao diagnóstico da Covid-19.


Os sintomas mais comuns dessa síndrome são a fadiga e a dificuldade de respiração. Mas não são os únicos:

  • desordens mentais e cognitivas, incluindo depressão e ansiedade;

  • dores de cabeça, no peito e nas articulações;

  • mudanças no paladar e olfato;

  • tosse crônica;

  • queda de cabelo;

  • insônia e sintomas cardíacos e gastrointestinais


figuram entre as demais características observadas nos pacientes diagnosticados com a SPC. E é importante ressaltar que não são apenas as ocorrências mais severas de Covid-19 que podem sofrer com essa “continuação” da doença: a síndrome já foi observada em sobreviventes de casos de todas as intensidades.


Podemos dizer que a ansiedade e a depressão são os dois sintomas que funcionaram como um verdadeiro “gatilho” para iniciarem-se os esforços de descrição da SPC. Quando começaram a ser relatados com frequência relevante e sem ser possível determinar uma causa para todos os casos que vinham surgindo, percebeu-se a necessidade de olhar mais a fundo o que estava acontecendo. Essas duas condições, que caracterizam perturbações à saúde mental e emocional, já possuem um respaldo bastante consistente de fitoterápicos que podem ser utilizados como complementos no seu manejo. Entre eles, podemos citar: Melissa officinalis, Passiflora alata, Matricaria chamomilla, Erythrina mulungu, Lavandula spp., Crocus sativus, Griffonia simplicifolia.


Se teve algo que exaustivamente tratamos aqui, foi a inflamação! Como essa condição é apontada tanto como um fator predisponente, quanto como uma característica da SPC, é válido atacá-la de todas as formas possíveis! Entre os ativos fitoterápicos que possuem elevado poder anti inflamatório, temos:

  • a Curcuma longa (açafrão da terra), que figura como uma das plantas com mais publicações referentes ao seu uso como parte do tratamento da Covid-19, assim como na SPC. Ao restaurar o equilíbrio entre compostos pró/anti inflamatórios, esse fitoterápico é capaz de atuar no controle da inflamação, e também no alívio de outros sintomas característicos da Síndrome como as dores articulares e a disbiose, por exemplo. Vale lembrar que a dose efetiva é aquela que oferece 200 mg de curcumina, o composto bioativo dessa planta;

  • Zengiber officinalis, ou como você provavelmente o conhece: gengibre. Assim como a cúrcuma, também tem um enorme potencial de modulação dos marcadores inflamatórios;

  • Cinnamomum cassia, a famosa canela, assim como o Panax ginseng também são possibilidades de fitoterápicos para serem usados com fins de dar um suporte extra para o controle da inflamação, primordial na remissão da SPC.


A perda da eficiência da resposta imunológica, queda da cognição e fadiga são outros fatores que podem ser manejados com o auxílio de fitoterápicos. Adaptógenos, substâncias capazes de aumentar a estabilidade do organismo exposto à estressores, exercem bem esses papéis. Cito aqui a Rhodiola Rosea, Boswellia spp., Withania somnifera e, mais uma vez, o Panax ginseng como sugestões dessa classe, que acho de extrema utilidade na prática clínica e se mostraram eficientes imunoestimuladores e moduladores na SPC.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Vahedian-Azimi, A.; Abbasifard, M.; Rahimi-Bashar, F.; Guest, P.C.; Majeed, M.; Mohammadi, A.; Banach, M.; Jamialahmadi, T.; Sahebkar, A. Effectiveness of Curcumin on Outcomes of Hospitalized COVID-19 Patients: A Systematic Review of Clinical Trials. Nutrients 2022, 14, 256. https:/ /doi.org/10.3390/nu14020256

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©2020 KARINA AL ASSAL - CRN 17275

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